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1,2, o pai desliga o despertador; 3,4, o menino se volve na cama; 5,6, o pai acerta a barba; 7,8, o menino percebe o barulho no banheiro; 9,10, o pai arruma a gravata; 11,12, o menino suplica atenção; 13,14, o pai engole o café queimando o trato digestório; 15,16, o menino grita com amor; 17,18, o pai procura o jornal; 19,20, o menino aclama “papai”; 21,22, o pai lê as manchetes mastigando um pedaço de pão; 23,24, o menino corre pelos corredores; 25,26, o pai acende um cigarro; 27,28, o menino chega até a cozinha; 29,30, o pai sai pela porta da sala; 31,32, o menino abaixa a cabeça; 33,34, o pai fecha a porta do carro; 35,36, o menino ouve o barulho do motor; 37,38, o pai esquece-se de ajeitar o retrovisor; 39,40, o menino debruça na janela; 41,42, o pai se esconde nos óculos escuros; 43,44, o menino chora; 45,46, o pai liga o som do carro; 47,48, o menino exclama “bom dia” com o pouco de fôlego que o resta; 49,50, o pai não enxerga suas lagrimas; 51,52, o menino fecha a janela; 53,54, o pai não recebeu o seu “bom dia”; 55,56, o menino volta para a cama; 57,58, um caminhão virando a esquina; 59,60, um menino órfão...
Até quando vamos continuar nos programando para viver em 60 segundos?